Saí almoçar com uma amiga ontem e ela me falou sobre como tem vontade de experienciar tanta coisa.
No meu último texto, comentei sobre o fato de ter medo de
viver (e sim, ainda pretendo ficar só o tempo do casamento no outro país, favor
respeitar minha escolha) e sobre devermos tentar seguir os caminhos que nos
amedrontam.
Sair de casa, interagir com gente, tentar coisas novas...
tudo isso me dá calafrios, mas, como disse minha amiga, a cada vez que
escolhemos não tentar, é uma oportunidade de vivência que perdemos.
Ok que, muitas vezes, não está em nosso controle (para
ter uma troca com alguém, é preciso movimentação do outro lado também), mas
devemos ao menos tentar fazer a nossa parte.
Parei para pensar sobre todas as vezes que escolhi me
encolher (posso dizer que foi mais forte do que eu, mas também poderia ter
tentado sair da casca) e dias que passei intocada. Não que seja ruim ter um
tempo para si mesmo, afinal, ficar confortável sozinho é a melhor coisa do
mundo, e precisamos estar em paz com nós mesmos antes de querer gerar impacto
nos outros, mas estou falando sobre pequenas aventuras do dia a dia, que são
completamente comuns, mas podem também ser significativas.
Aquela vez que não abri a boca (para dizer algo gentil,
de preferência), não dei o primeiro passo, não tomei inciativa, não pensei:
“ei, por que não sair hoje e conhecer algo novo? Seja pessoas, lugares ou
experiências?”, talvez, dobrando a esquina, pudesse haver uma oportunidade que
mudasse minha vida.
Vivo esperando o momento que vai determinar o próximo
capítulo de minha história. Algo marcante, que jamais passaria despercebido,
mas, e se esta quebra de páginas for somente um passeio de bicicleta pelo
parque? Ou uma paradinha em uma confeitaria, ou até uma conversa com alguém
diferente em um aplicativo.
Costumamos esperar pelo grandioso (e não que haja algo de
errado em sonhar alto), mas nos esquecemos que, a cada passinho que damos, já
estamos colocando novas palavras na narrativa, e novos passinhos podem ser
dados todos os dias, quando batemos de frente com o medo e tomamos aquele
desvio que não seria o esperado.
Um
milhão de possibilidades te aguardam todos os dias e, apesar de chegar a ser
nauseante de tão amedrontador, tenho o desejo de viver todas elas (mas sei que
isso é impossível, vamos maneirar as expectativas também).
Quantas pessoas você deixou de conhecer? Quantas
culinárias você deixou de provar? Quantas experiências você deixou de viver?
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