Uma amiga minha de infância irá se casar na metade do ano, em outro país, e felizmente terei a oportunidade a assistir à cerimônia.

            O casamento durará três dias. Chego um dia antes e, terminando tudo, vou embora.

            Fui muito julgada por isso: como assim você vai viajar para tão longe e não vai ficar mais tempo? Não vai conhecer o país? Não vai aproveitar direito!

            Apesar de achar que as pessoas têm um pouco de razão, espero que respeitem a minha escolha (o que geralmente não fazem).

            Não estou nem falando da diária do hotel que eu teria que pagar a mais, ou dos dias de trabalho perdidos aqui no Brasil (afinal, não vou estar de férias), mas falo de viajar sozinha. Sei que tem muita gente que gosta e admiro muito as pessoas por isso, mas não sou assim.

            A única vez que viajei sozinha, tinha uma amiga me esperando no destino, de resto, não tenho experiência e nem sei se quero ter.

            Digo ‘nem sei’, porque não é falta de vontade de conhecer o mundo (apesar de eu nunca ter sido uma dessas pessoas que sonha em viajar pelo planeta todo e experienciar várias culturas. Nunca nem quis fazer um intercâmbio), mas sim medo.

            Medo de quê?

            “Lá é superseguro”, disse-me uma mulher que já viajou para o país para onde vou.

            Não é deste tipo de medo que estou falando...

            Não sei nem bem explicar que medo é este, mas é, no mínimo, amedrontador.

            Sempre tive medo de crescer quando mais nova e, agora que cresci, tenho um certo medo de viver. Não sei definir e muito menos encarar, só sei sentir os apertos no peito que isso causa.

            Provavelmente vou precisar de muita terapia para superar, e tenho escolhido fazer coisas que me amedrontam para enfrentar um pouquinho (como interagir com pessoas, que horror).

            A verdade é que é difícil de passar por cima, mas ser amassada por ele é pior ainda, então preciso continuar tentando. Tentando o quê, exatamente? Tentando viver, um pequeno passo de cada vez (não é como se tivesse outra opção, afinal, o mundo não gira para trás).

            Vi uma menina que admiro dizendo que, quando você não sabe que caminho escolher, deve escolher aquele que te dá mais medo, o que faz com que eu tenha muitas opções de caminhos, ótimo!

            Já fez algo que te dá medo hoje? 

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