Minha
irmã mais velha casou-se.
Foi
uma cerimônia linda, com os familiares e amigos e tive a sorte de poder ver
tudo de perto.
Vi o
amor dela e de meu cunhado crescer por anos, então não pude evitar a emoção ao
vê-la entrando na igreja vestida de branco.
Depois
de uma festa maravilhosa celebrando aquela relação, alguns dias depois, ela foi
embora (o que já era previsto, já que seu marido é de outro estado, mas, mesmo
assim, me deixou pensativa).
Agora
eu praticamente me tornei filha única (também tenho um irmão, mais velho que
nós duas, mas ele já não mora conosco há anos), o que é muito estranho.
Quando
somos crianças e temos de dividir tudo com nossos irmãos, ficamos sonhando em
ser filhos únicos, para ter a atenção toda voltada para nós, mas, quando
crescermos, percebemos o quanto foi bom ter tido esses seres ao nosso lado,
para dividir não somente os doces e brinquedos, mas também as experiências.
Eu sou
a mais nova, então é óbvio que já ouvi aquela história de “você foi achada no
lixo” (mais especificamente naquele que ficava na frente da casa da vó), e
minha irmã também fazia questão de dizer que tínhamos vindo de órgãos
diferentes: ela do útero e eu do intestino (e aí você consegue entender o que
ela estava insinuando que eu era).
Apesar
disso, um dia antes do casamento, escrevi uma carta para ela, lembrando-a de
nossos momentos juntas com o passar dos anos: as brincadeiras de criança, as
séries na adolescência e os passeios de carro já na fase adulta (você acredita
que comecei a assistir “Pretty Little Liars” porque ela tinha medo de ver os
episódios de Halloween sozinha?).
E,
quando meu irmão se casar, terei o prazer de fazer a mesma coisa, lembrando-o
da vez que ele laçou o meu pescoço (tínhamos recém voltado de uma viagem à casa
dos tios de meu pai no Rio Grande do Sul e os filhos deles eram laçadores,
então o menino ficou empolgado) e de como saíamos cantando “eu me remexo muito”
pelo apartamento quando éramos pequenos.
Agora
eu preciso crescer mais um pouco, para logo dar um sossego a meus pais e me
tornar mais independente, mas ainda me sinto um pouco criança, acho que por ser
a mais nova, coisa que nunca vou deixar de ser.
Vê-los
seguir a vida é belo, mas mais belo ainda é lembrar de como fizemos e ainda
fazemos parte das vidas um do outro, e isso jamais vai mudar.
Se
você tem irmãos (e eles não forem pessoas horríveis contigo), aproveite o tempo
que tem ao lado deles, pois ninguém poderia te entender melhor, e cuidem uns
dos outros.
Agora
não consigo evitar pensar: o que será que vai estar escrito nas minhas
cartinhas no dia do meu casamento?
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