Se o
seu eu criança te visse hoje, você acha que ele ficaria orgulhoso ou
decepcionado?
Lembra-se?
Daquela pequenez que era dona do teu corpo, dos sorrisos frouxos que você
soltava por aí, enquanto brincava e imaginava como seria o futuro.
Talvez
você quisesse ir até o espaço sideral ou ser da realeza. Os sonhos mais loucos
eram permitidos, não é preciso ter o pé no chão. Tudo se pode dentro do mundo
da imaginação.
Paro
para pensar se a minha eu criança ficaria feliz vendo o que me tornei com vinte
e quatro anos. É verdade que, quando somos muito pequenos, não temos noção do
que é ser adulto, apenas vemos pessoas grandes ao nosso redor tomando conta de
tudo e pensamos que eles mandam no mundo e é isso.
Tantas
crianças pensam que ser adulto deve ser tão bom, já que o adulto faz o que
quer, mas, quando crescemos, percebemos que não é bem assim.
Existe
a questão do dever, a realidade bate na porta e os sonhos mais mirabolantes vão
sendo esquecidos.
É
verdade que na adolescência já começamos a ter consciência disso, então fica
mais tranquilo de fazer uma comparação.
Começo
da adolescência: ainda há resquícios de infância, mas também há a noção do que
a vida realmente é. Esta pessoa, que ainda é uma pessoinha, não terminou de
crescer e tem muito para se desenvolver, o que ela acharia de você?
Acho
que o meu eu de início da adolescência me acharia uma mulher bonita,
primeiramente, afinal, a aparência é a primeira coisa que percebemos ao ver uma
pessoa. Chegamos a um metro e setenta e não somos mais tão magrinhas, ótimo!
Depois,
o que ela faz? Ainda estudando? Não terminou a faculdade? Calma, já estou
terminando, escrevo este texto no meu penúltimo dia de estágio (última matéria
que tenho que cumprir).
E os
sonhos? Com treze anos eu decidi que queria ser escritora, então a pessoinha
ficaria feliz em saber que estamos publicando nosso quarto livro (mas não tanto
assim se soubesse que nenhum fez sucesso, mas eu ando tentando trabalhar a
paciência que nunca tive e a positividade também).
Sem
namorado? Temos aquela pessoa especial, só não temos aliança no dedo, mas isso
é questão de logística e tempo.
Poucos
amigos, isso a deixaria triste, mas saber que certas pessoas ficaram até hoje a
deixaria muito feliz.
Acho
que, no geral, ela ficaria orgulhosa do que se tornou, ou melhor, está se
tornando, porque minha caminhada está só começando. Há ainda muito para cumprir
e realizar.
No fim
das contas, a soma é positiva, e mal posso esperar para ter minha eu de mais de
trinta anos perguntando à atual o que acha de sua situação.
Talvez
essa seja a prova de que eu deveria reclamar menos da minha atualidade, e
apreciar tudo o que conquistei, afinal, se a minha eu criança/adolescente
ficaria orgulhosa, não devo estar tão mal assim.
E
você? O que a sua pessoinha acharia?
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