Assisti a um vídeo nos shorts do YouTube de uma entrevista com o Felca. Ele falava sobre como sua adolescência foi difícil devido à ansiedade, e que se perguntava como seria ter uma adolescência normal, se divertindo e indo a festas como quem parece passar por essa fase de maneira mais amena.
Me
pergunto a mesma coisa.
Como
seria se minha adolescência tivesse sido como nos filmes? Da maneira como
romantizei?
Com um
primeiro beijo inesquecível, dado em um garoto que eu gostasse de verdade, e
não aquela porcaria no fim de festa com um desprezível qualquer.
Não
posso dizer que não houve amizades e confidências, além de algumas aventuras
tediosas, mas, levando em conta que a eu de 14 anos queria voltar a ter 8 e
morria de medo do futuro (nisso eu melhorei um pouquinho, mas nem tanto assim),
não posso dizer que foi uma época memorável.
Entre
situações de bullying e feiura, tive anos complicados. Na época eu achava que
era feliz, e hoje vejo que fiz muito bem em me desprender de tudo aquilo que
passou.
Ok, é
sim uma pena que quase todas as minhas amizades da época tenham ficado no
passado ou se tornado superficiais, até porque é lindo ver as meninas da minha
sala da oitava série se reunindo para ir ver o recém-nascido de uma delas,
todas juntas, uma comunhão de titias que se apoiam.
Sinto
falta de ter um grupo de amigas, me fazia sentir tão... normal. Era
confortável, era gostoso, era divertido, era tão adolescente.
Minha
adolescência contou com muito choro e lamentações, e o que carrego dela é uma
quase adulta confusa e um tanto quanto perdida. Quem sabe já não começo a
chorar de novo?
Pelo
menos me rendeu muitas poesias, muitas fazendo parte do livro que irei lançar
em duas semanas.
Mas é
aqui que lembramos que a esperança não morre, pois nunca é tarde para fazer
amizades, e elas não precisam vir dos lugares mais tradicionais do mundo, pois
planejo ir ao show da Olivia Rodrigo com uma catarinense que conheci por ser fã
do meu irmão (isso se eu conseguir ingresso).
Só que
este texto é sobre a porcaria que foi a minha adolescência, quando eu ainda
tinha cabeça de criança e não entendia por que os jovens ao meu redor odiavam
os pais e queriam ir à balada com identidade falsa.
Hoje
eu vivo uma adolescência tardia em minha cabeça, me preparando para amadurecer,
sem me identificar com minhas antigas amizades e tentando constantemente me
reinventar.
Será
que conseguirei?
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