Tive um problema de saúde em 2023 e acabei sendo entubada.

            Fiz uma coisa reprovável (eu sei): arranquei o tubo da minha própria garganta. Não conseguia respirar direito e nem engolir, não podia falar e não via ninguém ao redor para me ajudar, então acabou sendo a minha única opção (errada, eu sei, mas não julgue até estar nessa posição).

            Depois de alguns meses, comecei a sentir terríveis pontadas doloridas em minha garganta e rouquidão. Fui ao médico e ele alegou que era refluxo, então tratei, mas, ao final do tratamento, minha voz continuava ruim.

            O tempo foi passando, métodos alternativos foram empregados e nada da minha voz voltar ao normal, o que incomodava bastante uma pessoa que precisava falar alto em sala de aula e ainda por cima cantava.

            A situação se tornou insustentável, o que me fez ir atrás de uma fonoaudióloga, a qual solicitou um exame específico para ver minhas pregas vocais.

O diagnóstico? Um granuloma, que é basicamente uma bolinha impedindo que minhas cordas vocais fizessem a movimentação esperada corretamente, resultando naquela rouquidão e eventual dor (esta última foi embora com alguns exercícios passados pela fonoaudióloga).

Acabei tendo que fazer uma cirurgia (e a recuperação foi uma semana sem falar, bem difícil para uma tagarela como eu), a qual foi um sucesso. Tudo certo, ok, já posso voltar a cantar, certo? Errado, poro algum motivo, minha voz perdeu toda a sua potência e, não importava o que eu fizesse, eu não conseguia alcançar as notas que costumava.

Ok, vamos de tratamento fonoaudiológico. Fiz mais de dois meses de acompanhamento e exercícios todos os dias (que ainda faço até hoje). Desta forma consegui voltar a cantar, certo? Mais ou menos. Consegui cantar sem ficar rouca, mas ainda não alcançava as notas e nem tinha muita força. Na verdade, os verbos deveriam estar no presente, pois ainda não consigo alcançar notas que antigamente eram fáceis para mim e a potência continua sendo um sonho distante.

Gravei músicas com essa voz mais ou menos, voltei para as aulas de canto (com o meu professor me dizendo que minha voz, após dez sessões de fonoaudiologia, parecia recém-saída da cirurgia), tenho uma apresentação importante em setembro e... o que dizer? Acho que já ficou claro que o desespero está batendo.

O trabalho é minucioso, com exercícios todos os dias e muito treino, que eu pretendo fazer até chegar a um ponto de mínima excelência para a minha performance.

O real problema é que travas psicológicas podem estar atrapalhando este processo, mas isso é assunto para outro texto.

Me deseje sorte nesta jornada (eu vou precisar). 

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