Não gosto de falar de amor.

            Acho bonito, poético, tocante.

            Ouço músicas, leio poesias, vejo filmes... mas não gosto de ser eu quem fala sobre o tópico.

            Por um motivo muito simples: não tenho propriedade no assunto.

            Poderia passar horas e horas discorrendo sobre as belezas do sentimento e, no fim das contas, nada do que penso poderia ser provado, afinal, não tenho experiência.

            Nunca tive um relacionamento sério, e meu primeiro “eu te amo” foi respondido com um “ai, merda” (agora te dou um momento para rir da minha cara. Pode rir, eu deixo. Mas, só para deixar claro, ele já tinha falado que me amava primeiro, então não foi unilateral).

            Tenho amigas casadas e a grande maioria namorando. Posso contar nos dedos as que estão solteiras como eu, mas a maioria tem muito mais experiência que eu na área (lá vou eu de novo com as comparações). Me sinto atrasada com relação à maioria das pessoas da minha idade.

            Não gosto de admitir que tenho vontade de viver uma história de amor, pois soa como desespero, afinal, você não precisa de outra pessoa para poder ser feliz, mas será que isso é tão problemático assim?

            Ontem mesmo recebi um comentário em uma publicação antiga de uma pessoa que encontrou um parceiro maravilhoso como nos livros e casou-se com ele (ainda há esperança, eba). É tão ruim assim esperar que essa bênção caia sobre mim?

            É verdade que sempre fui um tanto quanto exigente (mas hoje nem sou mais assim, só quero alguém que me trate bem... e que seja bonito, inteligente, responsável, carinhoso... ok, parei!), mas é errado querer algo bom para a gente?

            No fim das contas, continuo sozinha, e tudo bem, até porque, com a sensibilidade que tenho, qualquer coisinha que vivo serve de inspiração para minhas produções, e as palavras que escrevo relacionadas ao que senti por alguém são completamente verdadeiras, mesmo que tenha sido algo platônico. O resto, a parte real mesmo, deixo que o tempo tome conta da forma mais natural possível (claro que é frustrante ver isso acontecer com os outros antes, e parece até meio injusto, mas não há nada que possa ser feito).

            Vou continuar me agarrando ao que posso ler, ver e até mesmo sentir, nem que sejam migalhas do que algo que alguns possam definir como amor, porque o sentimento é bom, não dá para negar.

            Agora já preciso pensar sobre o que será o próximo texto, pois, com certeza, não será sobre amor.

            Afinal, eu não gosto de falar de amor (pode rir, eu deixo). 

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