Autora Cris Casagrande

 

Seja grato.

Não é a primeira coisa que te dizem sempre? Seja grato pela sua família, pela sua saúde, pelas suas oportunidades, etc.

Eu não estou dizendo que isso é errado, muito pelo contrário! É certo e você deve todos os dias agradecer por tudo de bom que tem (eu já fiz um diário de gratidão uma vez, talvez devesse voltar a fazer), mas vamos combinar que ficar só agradecendo pode ser muito chato.

Nada de positividade tóxica por aqui!

Não vamos obrigar as pessoas a darem graças a cada momento do dia, quando o dia delas está sendo ruim.

Você também tem todo o direito de reclamar.

Reclame!

Reclamar faz bem, quando feito com moderação.

A sua unha quebrou? Isso não é uma bênção.

Seu cachorro fugiu? Isso não é um sinal divino.

Seu marido te traiu e foi com a amante em uma viagem que você pagou? Isso aí é a prova de que azar existe.

Nem tudo é luz, alguns dias são sombrios e, neles, gritar um pouco, chorar e reclamar está liberado (depois de um tempo a gente volta ao normal).

Acho que deixar as frustrações guardadas para fingir que está tudo bem pode ser uma coisa bem nociva. É exatamente disso que falo no prefácio do meu mais novo livro lançado, “Cartas a um (des)conhecido”, no qual saliento que devemos encontrar um modo de colocar para fora nossas frustrações, decepções e sentimentos em geral. Eu escrevi poemas, mas se você quiser apenas falar as suas palavras, tudo bem.

Claro que precisamos deixar bem claro para as pessoas que vão ouvir que é um momento de reclamação e apenas um momento, para não acharem que somos um poço de energia negativa em nossa compreensão total. Depois, devemos voltar a viver no nosso normal (um normal reclamão já não é saudável).

Resumindo: reclame, respire, volte ao normal; reclame, respire, volte ao normal; reclame, respire, volte ao normal.

Deixe sua energia sair, coloque tudo para fora, pois só assim você conseguirá se sentir mais leve.

Por fim, seja grato pela oportunidade de poder reclamar e, aproveitando que tenho sua atenção, compre “Cartas a um (des)conhecido” neste mesmo site em que você está, basta clicar na opção ‘Meus Livros’. Serei eternamente grata.

(Se você não comprar, reservo a mim mesma o direito de reclamar)