Eu admiro muito as pessoas que viviam antigamente.

            Mulheres enfrentando o machismo?

            Claro, mas o texto não é sobre elas.

            Homossexuais enfrentando o preconceito?

            Também, mas não é isso.

            Pessoas desenvolvendo novas tecnologias?

            Estamos chegando lá.

            Ok, chega de especulações. Admiro as pessoas que viviam sem GPS. Pronto, é simples assim, nada de especial.

            Digo isso pois sou extremamente dependente do mesmo.

            Nunca vi um ser humano com tanta dificuldade para memorizar caminhos como eu, sério!

            O caminho que eu faço todos os dias provém de muitas, muitas, mas muitas repetições, baseadas na rota que o GPS primeiramente me deu.

            As pessoas me perguntam: ‘por onde você veio?’

            Pela rua! (Não sou capaz de explicar mais que isso)

            E acho engraçado quando tentam me dar direções. Eu deixo, pois não quero estragar a sensação de utilidade que o fornecimento de informações pode dar àquela pessoa, sorrio e agradeço, mas sei que vou ter que escrever o endereço em algum aplicativo no final das contas.

            Tendo vivido em uma cidade do interior por mais de dez anos, era de se esperar que eu soubesse o caminho para cada local de cor, certo? Errado. Voltei a morar aqui recentemente, e tenho certeza de que eu apenas sobrevivia antigamente pois não era eu quem dirigia por aí.

            Uma vez, tinha que ir até a casa de uma amiga, para mais tarde irmos a um show juntas. Achei que minha irmã sabia o caminho. Ela achava que eu sabia o caminho. O problema é que estávamos acompanhadas de mais quatro ou cinco amigas dela vindas da capital, desacostumadas a andar por morros e mais morros que nossa cidade tem, em um Sol da uma da tarde.

            Fiz elas ficarem andando em círculos várias vezes, até constatar que minha irmã não sabia o caminho e deixar todo um grupo com ódio de mim (todas achavam que eu sabia o caminho). Liguei para minha amiga e ela me guiou.

            Anos depois, já dirigindo, eu ia até a casa desta mesma amiga e... me perdi. Sério, como eu consegui? A minha sorte é que minha mãe sabia o caminho, senão eu teria ficado rodando pela cidade até acabar a gasolina.

            Enfim, todo o meu respeito àqueles que vieram antes do Waze, Google Maps e demais navegadores, vocês são guerreiros! 

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