Já ouviu falar no ócio produtivo? É aquele que dizem ser necessário para que você possa realizar as suas atividades com maestria depois de estar descansado, potencializando suas habilidades para que você tenha uma produção melhor.
E que tal um ócio não produtivo? Apenas por... nada.
Sendo uma pessoa que sempre sofreu com autocobrança (um
pouco vem de família, mas a maior parte é minha mesma), transformei até os meus
prazeres como leitura e ver filmes em obrigações, só para ter a sensação de
dever cumprido invadindo meu corpo, fazendo-me sentir minimamente competente
(triste, não é mesmo?).
Neste combo, veio a dificuldade de relaxar e,
principalmente de aceitar ver o tempo passar sem ser empregado em qualquer
atividade produtiva (seja prazerosa, ou não).
Neste final de semana, experienciei a racionalidade me
obrigando a descansar a mente. Afinal, isso faz bem. Agora que não quero mais
dormir o dia inteiro (esse assunto será mais explicado em um próximo texto)
tenho mais tempo para realizar minhas atividades, ficando com momentos livres
em dias da semana e em finais de semana também, então sou capaz de fazer minhas
obrigações e perceber o relógio praticamente parado sem que meus olhos tenham
qualquer vontade de fechar.
Eu tenho duas cachorras, a Jasmim e a Chanel, e, como
qualquer casa com animais, existe uma rotina em volta delas. Por volta do meio-dia,
soltamos as duas meninas para que possam fazer xixi e, caso esteja um tempo bom
o suficiente, elas ficam um tempo soltas, para serem presas mais ou menos umas
duas ou três horas depois (e ficam presas até a hora do seu jantar, às cinco da
tarde).
Neste sábado, eu fui prender as meninas por volta das
três da tarde e me deparei com um dia lindo e gostoso, em pleno inverno
Curitibano. Sol, céu azul e temperatura elevada, que me permitiu usar uma manga
curta. Fiz carinho nas cachorras e, sentindo aquela atmosfera agradável,
obriguei-me a deitar no chão e encarar o céu vazio. Eu já tinha cumprido com
todas as minhas obrigações do dia e estava tranquila, o que impossibilitaria a
vozinha que fica dizendo ‘você tem coisa para fazer’ de me importunar.
Estou tendo que reaprender a sentir pequenos prazeres do
dia a dia e, felizmente, no sábado à tarde, pude experienciar uma paz interior
me invadindo, enquanto eu vivia o meu ócio, nada produtivo, mas meditativo,
afastando todos os pensamentos.
Não nego que parte da minha mente planejou este texto
enquanto eu estava lá, mas, mesmo assim, fui capaz de não fazer nada sem me
sentir culpada, o que considero uma vitória.
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